quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Indústria da Sacanagem Automobilística x Transporte Público.


É latente o crescente aumento de empregos e comércio de veículos no Brasil, principalmente os zero km, motivados por incentivos fiscais, como reduções de impostos, e outros benefícios ofertados as indústrias automobilísticas.
Com o chavão de fomento da economia e da empregabilidade tais iniciativas têm de tudo para prosperar cada vez mais, o que seria ideal em um cenário bem diferente da realidade brasileira.
Ocorre que, para início de conversa, as ruas e estradas do país são verdadeiros emaranhados, com uma engenharia de tráfego que mais parece feita por uma criança do ensino fundamental e uma infraestrutura construída com materiais de péssima qualidade que em pouquíssimo tempo estão totalmente degradados ocasionando as crateras, depressões e elevações.
Além disso, todos àqueles que vivem nos grandes centros e capitais sabem o quanto é difícil encontrar uma vaga de estacionamento público, tendo de deixar seus veículos em estacionamentos particulares, que cobram valores absurdos, sem qualquer tipo de regulação, e se persistirem em estacionar nas vias públicas, têm os mesmos de arcar com as pesadas multas, isto quando não têm seus veículos rebocados a um pátio público, sendo cobradas taxas de diárias com valores que só a administração pública tem a cara de pau de fazer.
Nas capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, é sabido que o trânsito é algo impensável e qualquer pessoa que olha-lo de cima, raciocinando um pouco, se pergunta se não seria melhor investir no transporte público, tentando melhorar sua qualidade, ao invés de enfiar cada vez mais carros particulares nas ruas.
Porém, fazer com que o governo entenda isto, deixando de arrecadar com impostos oriundos da indústria e do comércio automobilísticos, é impossível. Igualmente impossível é fazer com que um povo, onde o carro é um símbolo de status e poder, passe a utilizar o transporte publico.
Nos países mais evoluídos não é tão incomum perceber um médico, advogado ou engenheiro utilizando o transporte público, pois lá tem-se o mínimo de humanidade nos transportes de massa, e os cidadãos não veem a utilização destes meios como um sinônimo de miserabilidade.
Após todo o exposto, fica claro que a situação só tende a piorar, e o transporte público continuar sempre recebendo os investimentos miseráveis de sempre, pois uma indústria que gera lucro ao Poder Público de todas as formas, seja na empregabilidade, no comércio, por conta dos impostos que arrecada, pelas verbas oriundas das multas, jamais vai sofrer algum tipo de controle.

Nenhum comentário:

Postar um comentário